
“Eu peço para vós sobretudo a graça do apostolado. Antes de tudo, é ela que vos é necessária. Sede apóstolos, apenas isto, ou pelo menos não sejam nada exceto para esta finalidade.”
Lavigerie, 22 nov. 1879


“Nós também alimentamos a decisão íntima de conservar o “sentido de Igreja”, como outrora nosso Fundador, e de ser solidários com o Povo de Deus, na fidelidade ao Papa que preside a caridade das Igrejas”.
“Em presença de meus irmãos reunidos e de vós, ó Pai, eu, ….., faço o juramento sobre os Evangelhos de me consagrar de agora em diante e até a morte (ou: por três anos) à missão da Igreja na África segundo as Constituições da Sociedade dos Missionários da África,colocada sob a proteção de Maria Imaculada, Rainha da África. Em consequência, eu prometo e juro ao Superior Geral da Sociedade fidelidade e obediência em tudo o que diz respeito à prática da Caridade apostólica e à vida comum. Além disso, eu prometo e juro observar o celibato por causa do Reino.”
Os elementos fundantes de uma vivência e de uma autêntica espiritualidade missionária são:
- o discipulado, como caminho no seguimento de Jesus, aprendendo e praticando as bem- aventuranças do Reino (cf. Documento de Aparecida 139);
- o envio missionário, como saída de si e despojamento radical por causa do Evangelho (cf. Mc 6,8; 10,29);
- a proximidade, como encontro com os pobres e os outros, na dinâmica do Bom Samaritano (cf. Lc 10,29-37; Documento de Aparecida 135);
- a universalidade evangélica, como abertura “a todas as culturas e todas as verdades, cultivando nossa capacidade de contato humano e diálogo” (Documento Aparecida 377).
(Cf. MISSÃO E COOPERAÇÃO MISSIONÁRIA Orientações para a animação missionária da Igreja no Brasil Conselho Missionário Nacional – Brasil Brasília, 7 de março de 2015 n.28)
Nossa vida espiritual consiste em nossa existência apostólica cotidiana, vivida em profunda conformidade com o Evangelho e na docilidade ativa ao Espírito. Ela é o encontro com Deus tanto na oração como no serviço aos homens; ela é crescimento na santidade pela mesma atividade do amor divino derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (cf. Rm 5,5).
Uma vida apostólica guiada pelo Espírito exige uma espiritualidade, uma forma de viver que nos abra à ação de Deus em nós. Fiéis a nosso Fundador e à tradição viva de nossa Sociedade, nós nos inspiramos na espiritualidade inaciana. Esta nos faz descobrir a presença e a ação de Deus no próprio coração de nossa vida. Ela nos convida a uma escolha e a uma superação livres e permanentes para instaurar o Reino de Deus no mundo e nos identificar cada vez mais a Cristo.
Ao partilhar a missão de Cristo, o apóstolo quer unir-se à oração dele. Nossa oração, como a dele, é comunhão com Deus: ela é adoração, louvor, ação de graças; ela nos permite discernir a vontade de Deus nas pessoas, nos acontecimentos e nas situações. Ela intercede pelos homens a fim de que eles acolham o dom da Salvação.
Nós estamos conscientes da necessidade, para a evangelização, de nossa oração pessoal e comunitária; queremos também partilhar da oração dos cristãos. A oração é alma de toda a nossa vida apostólica e um testemunho junto aos crentes e não crentes entre os quais nós vivemos.
É indispensável organizar nossa oração pessoal e comunitária. Cada comunidade decide sobre o tempo, o ritmo, as formas de sua oração comum, e faz regularmente a sua avaliação. Ela ordena sua vida de modo que a oração pessoal de cada um seja garantida e encorajada.
As verdadeiras fontes da vida espiritual são a Palavra de Deus, a liturgia e a caridade vivida. Nossa vida aí encontra solidez, dinamismo e alegria. A Eucaristia é o ápice de nossa oração de apóstolos. Ela é preparada e prolongada pela leitura e meditação cotidiana da Escritura, pela oração das Horas em união com toda a Igreja.
Os missionários recitam todos os dias Laudes e Vésperas (cf. can. 1174, § 1). Cada comunidade determina as Horas a serem recitadas em comum. Os missionários ordenados são obrigados, além disso, a recitar cada dia a Liturgia das Horas integralmente (can. 276, § 2, 3°).
O discernimento no Espírito, a prática do diálogo espiritual, o recurso regular ao sacramento da reconciliação, o retiro anual e os retiros mensais nos ajudam a prosseguir nossa caminhada, com todo o nosso ser voltado para o objetivo: ser alcançados por Cristo Jesus (cf. Fl 3, 10-14).
A Sociedade recomenda aos missionários a leitura cotidiana de autores espirituais e uma forma concreta de devoção à Virgem Santíssima. Ela propõe um retiro de trinta dias depois de muitos anos de vida missionária.
Cada comunidade decide sobre a forma a ser dada às orações comuns pelos missionários e benfeitores falecidos. Muitas vezes no ano celebra-se a Eucaristia nesta intenção.
A comunidade da Casa Generalícia celebra cada ano uma Eucaristia na intenção de todos os missionários e benfeitores falecidos, e uma outra em memória do Fundador.